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Músicos viajam mais de 8 mil km a bordo de 'Santanás' para levar o black metal de MS ao Nordeste

Em um Santana 1987 de duas portas, os quatro integrantes da banda Morkalv enfrentaram muitos perrengues. Os integrantes da banda Arquivo pessoal Quatro músico...

Músicos viajam mais de 8 mil km a bordo de 'Santanás' para levar o black metal de MS ao Nordeste
Músicos viajam mais de 8 mil km a bordo de 'Santanás' para levar o black metal de MS ao Nordeste (Foto: Reprodução)

Em um Santana 1987 de duas portas, os quatro integrantes da banda Morkalv enfrentaram muitos perrengues. Os integrantes da banda Arquivo pessoal Quatro músicos de Campo Grande enfrentaram uma viagem de mais de 8 mil quilômetros para levar o som do black metal de Mato Grosso do Sul até o Nordeste. Integrantes da Morkalv, Miro Nomura, Joyffer Colman, Lucas Artioli e Marlon Zeferino partiram em uma tour para apresentar o primeiro álbum da banda. Mas, em vez de uma van equipada ou um ônibus confortável, o transporte escolhido foi um Santana 1987 de duas portas que, depois apresentar alguns problemas, recebeu o apelido de "Santanás". Miro Nomura lembra que a ideia de viajar a bordo do Santana partiu de Marshall Almeida, pai de Marlon Zeferino que faz o vocal da banda e também é guitarrista. "Eu pensei que ele ia alugar um carro, mas ele disse: "Vamos no meu carro"'. Na hora, não acreditamos, mas ele estava falando sério." Carro apelidado de "Santanás" Arquivo Pessoal Assim, a banda partiu de Campo Grande, passou por Rio Verde para pegar carona no Santanás e partiu, com destino a Fortaleza, Ceará, enfrentando muito calor e longas horas de estrada, com todos os instrumentos espremidos dentro do carro. A viagem foi repleta de imprevistos e desafios, como o superaquecimento do carro ao chegarem em Fortaleza. "O Santanás começou a ferver, mas, por sorte, estávamos perto do lugar onde íamos ficar. Tivemos que parar e refazer uma peça do motor", conta Miro, lembrando que o "motorista" da banda também é mecânico. Integrantes da banda durante uma parada Arquivo pessoal Depois de um dia complicado, a banda finalmente conseguiu realizar o primeiro show, conquistando um público que, até então, desconhecia o som pesado do Morkalv. "Foi uma correria, mas deu certo. Tocamos para muitas pessoas, e a recepção foi incrível." Após Fortaleza, a banda seguiu para Mossoró, no Rio Grande do Norte. "O calor era insuportável, e lá estávamos nós, todos de preto, cabeludos e barbudos", brinca Miro, lembrando dos comentários dos moradores que pensavam se tratar de uma banda vinda da Europa. Apresentação da banda Morkalv Arquivo pessoal As dificuldades financeiras também fizeram parte da viagem. Em Fortaleza, o dinheiro acabou, e a banda precisou se reinventar para continuar. "O que nos manteve na estrada foram as vendas de CDs físicos, camisetas e os cachês dos shows", explica Miro. "Foi isso que nos permitiu voltar para casa." Depois de 22 dias na estrada, a banda retornou a Mato Grosso do Sul, trazendo não apenas seus instrumentos, mas também a experiência de levar o black metal do estado para outros lugares. "Foi uma experiência incrível", destaca Miro. Agora, a Morkalv se prepara para o próximo capítulo. Com um EP já lançado e um novo álbum previsto para o início de 2025, a banda tem apresentação marcada para o dia 21 deste mês em um bar na Rua Doutor Zerbini, na Chácara Cachoeira. Metal de MS "An Ancient Cult to the Aesir' é o primeiro álbum da banda e está disponível em todas as plataformas digitais. O nome da banda vem da junção de duas palavras da língua norueguesa, Mørk (Negro), Alv (elfo). Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: