Até quando o futebol feminino brasileiro continuará sem visibilidade?
Fortaleza e Mixto empatam sem transmissão na A2, refletindo a falta de apoio à modalidade O impacto da ausência de cobertura no futebol feminino A falta ...

Fortaleza e Mixto empatam sem transmissão na A2, refletindo a falta de apoio à modalidade
O impacto da ausência de cobertura no futebol feminino
A falta de visibilidade no futebol feminino brasileiro se torna cada vez mais evidente, como demonstrado pelo empate em 1 a 1 entre Fortaleza e Mixto pelo Campeonato Brasileiro Feminino A2, que não foi transmitido. A ausência de cobertura e apoio adequado à competição revela o cenário atual da modalidade, que segue à margem do reconhecimento que deveria receber.
Embora o foco do futebol seja, naturalmente, os atletas em campo, a presença de público e cobertura são essenciais para a dinâmica da partida. O futebol é, antes de tudo, uma forma de entretenimento, mas sem visibilidade, o público pouco sabe sobre os jogos. Isso é ainda mais evidente quando a CBF, entidade máxima do futebol no país, não se dedica a promover a transmissão das partidas.
A ausência de transmissão e cobertura ao vivo impede que jornalistas realizem suas funções de análise e fiscalização, dificultando a avaliação do desempenho das equipes. Isso cria uma atmosfera de incerteza, onde os resultados só são conhecidos horas depois dos jogos. Esse cenário levanta questões sobre como será possível atrair grandes públicos para os estádios em um futuro próximo, especialmente quando a modalidade continua a ser negligenciada.
Formiga criticou a falta de patrocinadores no Campeonato Brasileiro Feminino. Foto: Ana Cristina Schwambach/CNNO início da Série A2 e a pouca atenção aos jogos
A Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino teve início recentemente, com algumas partidas marcando resultados expressivos, como a vitória do Ação contra o Paysandu. No entanto, muitos desses jogos, como o das Leoas, não foram transmitidos, e os que foram exibidos contaram com a iniciativa dos próprios clubes, que transmitiram os jogos por meio de seus canais no YouTube. A falta de um esforço mais significativo da CBF em divulgar e promover o torneio é clara.
O futebol feminino enfrenta um desafio duplo: a falta de público nas arquibancadas e a falta de incentivo para atrair esse público. Embora clubes como Corinthians e Palmeiras tenham mais torcida, a visibilidade da modalidade é limitada, principalmente em outras regiões do Brasil. Sem apoio suficiente da CBF ou dos clubes, o futebol feminino continua sendo um esporte distante da grande massa de torcedores.
A CBF, como principal organizadora do futebol no Brasil, tem um papel crucial em promover o futebol feminino. No entanto, a entidade tem se mostrado apática em relação a aumentar a visibilidade e o público da modalidade. Mesmo com o crescimento da Copa do Mundo Feminina, a falta de uma estratégia de engajamento e de ações concretas da CBF coloca em dúvida o futuro do futebol feminino no Brasil.
A necessidade urgente de mudança
A situação do futebol feminino no Brasil exige ações imediatas. Para que a modalidade evolua e ganhe o público que merece, a CBF precisa assumir um papel ativo e responsável na promoção dos campeonatos e na criação de um ambiente mais inclusivo e visível. Sem isso, não será possível garantir um crescimento sustentável e atrair os 20 mil torcedores que se espera ver nos estádios em um futuro próximo.