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Ar insalubre: MS fica completamente encoberto por fumaça de incêndios no Pantanal, Amazônia, Bolívia e Paraguai

Característica climáticas fazem de Mato Grosso do Sul um 'corredor' para fumaça. Ar em Campo Grande está 17 vezes mais poluído do que o índice recomendado...

Ar insalubre: MS fica completamente encoberto por fumaça de incêndios no Pantanal, Amazônia, Bolívia e Paraguai
Ar insalubre: MS fica completamente encoberto por fumaça de incêndios no Pantanal, Amazônia, Bolívia e Paraguai (Foto: Reprodução)

Característica climáticas fazem de Mato Grosso do Sul um 'corredor' para fumaça. Ar em Campo Grande está 17 vezes mais poluído do que o índice recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Campo Grande está encoberta de fumaça de queimadas Várias cidades de Mato Grosso do Sul amanheceram, nesta quinta-feira (5), encobertas de fumaça vindas de incêndios de várias regiões do Brasil e de países vizinhos. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1MS no WhatsApp Segundo meteorologistas da Climatempo, a densa camada sobre o estado é resultado da concentração das queimadas no Pantanal, Amazônia, Bolívia e Paraguai. (Veja o vídeo acima). Pantanal: o bioma enfrente uma seca severa e queimadas intensas desde junho deste ano. Mais de 2,5 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo na região pantaneira; Amazônia: Em agosto, mais de 38.266 focos de queimada foram registrado no bioma, o maior número desde 2005, quando foram contabilizados 63.764 focos. Bolívia e Paraguai: Nas últimas 24 horas, os dois países que fazem fronteira com o Brasil por Mato Grosso do Sul registraram 196 novos focos de calor, segundo dados do programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A junção de todas as queimadas e as características climáticas do Brasil fazem com que Mato Grosso do Sul seja um corredor para os ventos anualmente. Entretanto, neste ano, ao invés de transportar umidade e calor, é a fumaça que tem tomado conta da circulação. Veja na foto abaixo imagens de satélites de 5 de junho deste ano e uma desta quinta: Initial plugin text O meteorologista da Climatempo Guilherme Borges explica que um corredor de ventos de baixas altitudes tem facilitado o transporte da fumaça da Amazônia, Pantanal, Bolívia e Paraguai para Mato Grosso do Sul. Mato Grosso do Sul fica no meio do corredor de ventos, o que faz do estado um dos locais mais afetados pelos poluentes das queimadas. "Nesta época do ano, o corredor é mais presente. A corrente de ventos, como estamos com muitas queimadas, em vez de transportar calor e umidade, transporta fumaça". Mato Grosso do Sul está encoberto de fumaça. Climatempo/Reprodução O acúmulo de fumaça em altitudes baixas é de extremo perigo para saúde humana. Além de resultar no céu mais acinzentado e cores intensas ao amanhecer e no pôr do sol, nevoa tóxica pode descer a altitudes mais baixas e impactar a qualidade do ar de forma mais severa. Além da concentração da fumaça dos outros países e dos biomas, a corrente de ventos com muita fumaça teve mais intensidade nesta quinta por causa do deslocamento de uma frente fria para Mato Grosso do Sul. "Essa 'corrente de ventos' vai pegando fumaça da faixa norte, centro-oeste, Bolívia e vai levando. Como a fumaça é um ar mais quente, consegue subir com mais facilidade até esses níveis e ser transportada", contextualiza o especialista da Climatempo. Três Lagoas amanheceu encoberta por fumaça. Geysel Rodrigues/TV Morena Ar insalubre Fumaça em Campo Grande. Reprodução Com o acumulado de poluentes das queimadas, a qualidade do ar despencou em várias cidades de Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, ar está cerca de 18 vezes mais poluído do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados são do monitoramento da empresa suíça IQAir. A IQAir monitora a qualidade do ar em várias cidades do mundo por satélite; O estudo mede a concentração de partículas poluentes no ar; Essas partículas são oriundas de várias fontes, como queimas de combustíveis, queimadas e incêndios florestais; Em períodos de seca, há maior inserção de poluentes na camada baixa da atmosfera; Quando inaladas, essas partículas, de nome PM2.5 ou MP2.5, podem chegar aos pulmões e até na corrente sanguínea, sendo potenciais causadores de doenças. Em apenas 9 horas, a qualidade do ar piorou em 39% na capital de Mato Grosso do Sul. Os dados mostram que a concentração dessas partículas no ar de Campo Grande varia entre 33,3 e 88,9µg/m³ desde a segunda-feira (3), um aumento de 160%. O recomendado pela OMS é que a concentração fique entre 5 e 15µg/m³. Conforme os gráficos da IQAir, o indicativo é de piora para Mato Grosso do Sul quando se fala em qualidade do ar. Os agentes que estão na atmosfera são partículas finas, denominadas PM2,5, que podem estar presentes também em veículos. "É muito importante o uso de máscara, melhorar a hidratação, tomar cuidado com janelas e portas abertas, também evitar atividade física. Como temos uma baixa umidade do ar e a concentração dos poluentes, temos dois fatores críticos que afetam a saúde", afirma o professor Widinei Fernandes, do Laboratório de Ciências Atmosféricas (QualiAr) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A população no geral pode ter sintomas de tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. O grupo mais sensível pode apresentar efeitos mais sérios. Veja cuidados a serem adotados: Hidratação constante: é crucial beber bastante líquido durante todo o dia, mesmo sem sentir sede, para evitar a desidratação; Cuidados com a exposição solar: a exposição ao sol nas horas mais quentes do dia deve ser evitada. A recomendação é buscar locais frescos e sombreados, principalmente entre 10h e 16; Atividades físicas: não é recomendado realizar atividades físicas intensas, especialmente ao ar livre, durante o período de alerta; Cuidados com a pele e ambiente: a utilização de hidratantes para a pele é indicada para prevenir o ressecamento. Também é aconselhável manter os ambientes internos umidificados, utilizando toalhas molhadas ou aparelhos umidificadores. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: